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Rocha do Navio

Geossítio: Santana – Miradouro Rocha do Navio

 

Área da freguesia: 17,8 Km

 

Localização: Latitude: 32.814679

                      Longitude: -16.876588

 

Duração: 20 min

 

Toponímia: Rocha do Navio (topónimo que reflete episódios históricos) - nome relacionado com o naufrágio do barco holandês Alfa, ocorrido a 24 de dezembro de 1860, devido a um violento temporal.

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Fig. 1 - Geossítio 4 - Miradouro da Rocha do Navio. Adaptado de Carta geológica da ilha da Madeira (Folha B) na escala 1:50000 (Brum da Silveira et al., 2010).

Estatuto Legal: Rocha do Navio - Reserva Natural que integra o Parque Natural da Madeira, o ilhéu da Viúva é uma Área Classificada de ZEC (Rede Natura 2000).

 

Enquadramento Geológico: complexo vulcânico superior - Unidade dos lombos (CVS1β), caracterizado segundo Brum da Silveira, et al (2010) por, derrames lávicos subaéreos de composição máfica (basaltos e basanitos), com intercalações de tufitos, piroclastos de queda (escórias, lapilli e cinzas basálticas) e ocasionais produtos máficos de atividade freato-magmática.

 

Objetivos:

- Observar a Reserva Natural da Rocha do Navio.

- Relacionar a ação da abrasão marinha, com a formação de leixões e fajãs detríticas.

- Compreender a formação da disjunção esferoidal.

 

Descrição:

Neste geossítio pode contemplar a paisagem sobre a Reserva Natural da Rocha do Navio. Esta área natural foi criada em 1997 numa tentativa de pôr termo ao decréscimo acentuado dos recursos biológicos marinhos, provocado por uma atividade pesqueira ambientalmente agressiva com utilização de redes de emalhar e explosivos. Apresenta uma área de 1710 hectares e um comprimento de 6259 metros, espraia-se entre a Ponta de São Jorge, a oeste, e a Ponta do Clérigo, a oriente, e entre a linha da maior preia-mar e a batimétrica dos 100 metros, incluindo o Ilhéu da Rocha das Vinhas e o Ilhéu da Rocha do Navio (Sousa, 2006).

Quanto à flora abundante neste local destacam-se a Figueira-do-inferno (Euphorbia piscatoria), o Goivo-da-rocha (Matthiola maderensis), o Ensaião-de-pasta (Aeonium glandulosum) e o Zimbro (Juniperus sp.), por sinal um dos locais onde se desenvolve com mais vigor em todo o arquipélago. Relativamente à fauna local é provável encontrar algumas aves marinhas pelágicas, como a Cagarra (Calonectris diomedea borealis) e o Roque-de-castro (Oceanodroma castro), e uma ou outra ave costeira: o Garajau-comum (Sterna hirundo) e a Gaivota-de-patas-amarelas (Larus cachinnans). Ao nível oceânico predominam as seguintes espécies marinhas: o Mero (Ephinephelus marginatus), o Badejo (Mycteroperca fusca) e o Peixe-cão (Pseudolepidaplous scrofa), os simpáticos Golfinho (Tursiops truncatus) e o Lobo-marinho (Monachus monachus).

 

Não deixe de prestar atenção à abrasão marinha que promove um recuo da linha de costa mais rápido que a incisão fluvial (fig. 2), notando-se a existência de leixões (fig. 3), designação atribuída às pequenas ilhotas constituindo testemunhos da rápida erosão de anteriores falésias e a fajã detrítica onde foi edificada uma pequena estação de observação e vigilância, gerida pelo Parque Natural da Madeira, que inclui um espaço ambiental particularmente direcionado para atividades de promoção ambiental.

Fig. 2 - Cascata na falésia da Rocha do Navio.

Fig. 3 - Leixão (Ilhéu da Viúva) e fajá detrítica.

Na rampa que dá acesso ao miradouro, observe a disjunção esferoidal (fig. 4) em rochas básicas, relacionada com fenómenos erosivos típicos destas litologias, que originam bolas arredondadas “protegidas” por uma espécie de escamas concêntricas, representativos de estados de alteração mais avançados. Nunes (1998) considera que a disjunção esferoidal ou em bolas, é um fenómeno de erosão das rochas básicas que ocorre principalmente em escoadas lávicas basálticas, que evidenciaram previamente disjunção prismática. Trata-se, portanto, segundo este autor, de um estado de alteração mais avançado do que a disjunção colunar, com uma progressão facilitada pela existência de juntas horizontais no interior da escoada.

Fig. 4 - Disjunção esfeiroidal em rochas básicas.

A vertente deste geossítio apresenta diferentes litologias que resultaram de episódios vulcânicos distintos. Nota-se um predomínio de materiais essencialmente piroclásticos, que se encontram intersetados por filões com características basálticas. Mais no topo da vertente verifica-se a presença de escoadas basálticas compactas (fig. 5), com notória disjunção prismática, que resistem à ação erosiva das águas pluviais.

Fig. 5 - Escoada basáltica compacta sobre materiais piroclásticos. Esquema representativo da fomação da vertente.

 ROTEIRO    GEOturístico

 

no concelho de Santana

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