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Faial

Geossítio: Faial – Foz da Ribeira

 

Área da freguesia: 22,6 Km

 

Localização: Latitude: 32.793115

                      Longitude: -16.849390

 

Duração: 20 min

 

Toponímia: Faial (topónimo com indicações florísticas) - concentração relativa de faias, espécie endémica da Macaronésia

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Fig. 1 - Geossítio 2 - Faial. Adaptado de Carta geológica da ilha da Madeira (Folha B) na escala 1:50000 (Brum da Silveira et al., 2010).

Enquadramento Geológico: Complexo vulcânico superior – Unidade do Funchal (CVS2β), caracterizado segundo Brum da Silveira, et al (2010) por, derrames lávicos subaéreos de composição máfica (basaltos), com intercalações ocasionais de piroclastos de queda (escórias, lapilli e cinzas basálticas) e produtos de atividade freato-magmática.

 

Objetivos:

- Identificar a disjunção prismática em rochas básicas.

- Compreender a formação da fajã detrítica da Penha d´Águia.

- Observar diferentes litologias: vulcânica e sedimentar.

- Identificar depósitos de aluvião.

 

Descrição:

Neste geossítio (lado esquerdo da foz da ribeira do Faial) que se situa no complexo vulcânico superior – Unidade do Funchal (CVS2β), pode observar uma escoada lávica que preencheu o vale da Ribeira do Faial (fig. 2), tendo sido posteriormente erodida pela própria ribeira. Esta possante escoada lávica de composição máfica (basalto) apresenta disjunção prismática bem evidente (fig. 3).

Fig. 2 - Escoada lávica - Faial.

Fig. 3 - Disjunção prismática em rochas basálticas - foz da Ribeira do Faial.

Segundo Nunes (1998) as escoadas basálticas, efusivas, apresentam comummente estruturas associadas ao modo de arrefecimento das rochas lávicas, como a disjunção prismática ou colunar: consequência de contrações que se geram no seio das escoadas relacionadas com o arrefecimento e solidificação da lava (fig. 4). O eixo maior dos prismas é sempre perpendicular à frente de arrefecimento, o que constitui um bom indicador da morfologia sobre a qual ocorreu a escoada (Brilha & Pereira, 2012).

 

 Fig. 4.  Formação de disjunção prismática (Campo de tensões). Esquema retirado de www.espacociencias.com

 

No lado direito da foz da ribeira observe a fajã detrítica da Penha d´Águia (fig. 5), resultante do desabamento de blocos rochosos, na noite de 1 de fevereiro de 1992, a partir da Penha d´Águia, uma impressionante arriba de 400m, onde se observa uma alternância de finas escoadas basálticas e materiais piroclásticos. Rodrigues & Ayala (1994, in Mata, 1996) atribuem um diâmetro de 300 m e um volume de sedimentos de 1 800 000m3, a este depósito de material. Em março de 1993 ocorreu um novo desabamento no mesmo local, mas de menor dimensão.

 

Em toda a costa da ilha da Madeira, existem fajãs detríticas que resultam da ação abrasiva do mar sobre a base das arribas, conduzindo ao seu desmoronamento devido à falta de suporte, levando à acumulação de depósitos de movimentos em massa na base das escarpas, por ação da gravidade sobre vertentes de pendor elevado e grande desnível.

 Fig. 5.  Fajã detrítica da Penha d`Águia. Esquema retirado de www.spsleao.blogspot.com.

 

Em frente à pista de carting, com um olhar mais atento poderá identificar um grande depósito de aluvião (fig. 6). Segundo Brum da Silveira et al. (2010), quase todos os cursos de água apresentam cobertura aluvionar mais ou menos desenvolvida; a importância destes sedimentos é normalmente correspondente à dimensão da ribeira. Em geral, são depósitos de cascalheira fluvial, muito heterométrica e com grau de rolamento variado, frequentemente contendo blocos rolados ou sub-rolados de dimensão métrica a centimétrica e areias grosseiras. A natureza dos clastos corresponde à dos litótipos presentes nas vertentes, tratando-se maioritariamente de rochas lávicas máficas.

 

Neste geossítio à semelhança de quase todo o litoral da ilha da Madeira ocorrem depósitos de praia atuais (fig. 7), trata-se predominantemente de cascalheiras roladas, apresentando granulometrias variáveis.

Fig. 6 - Depósitos de aluvião. Antigos terraços fluviais. Esquema retirado de www.ebah.com.br.

Fig. 7 - Praia na Foz da Ribeira do Faial.

 ROTEIRO    GEOturístico

 

no concelho de Santana

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