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Ribeiro Frio

Geossítio: S. Roque do Faial – Ribeiro Frio

 

Área da freguesia: 15,9 Km

 

Localização: Latitude: 32.734941

                      Longitude: -16.886496

 

Duração: 60 min

 

Toponímia: Ribeiro Frio (topónimo relacionado com o clima da região e da água que circula no curso de água que atravessa esta zona).

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Fig. 1 - Geossítio 1 - Ribeiro Frio. Adaptado de Carta geológica da ilha da Madeira (Folha B) na escala 1:50000 (Brum da Silveira et al., 2010).

Estatuto Legal: Floresta Laurissilva – desde 1982 que integra o Parque Natural da Madeira, como reserva integral ou parcial; designada como Habitat Prioritário ao abrigo da Diretiva Habitats 92/43 CEE do Conselho da Europa; pertence à Rede de Reservas Biogenéticas do Conselho da Europa, desde 1992; Área Classificada de ZEC e ZPE (Rede Natura 2000) e foi distinguida pela UNESCO como Património Mundial Natural em 1999.

 

Enquadramento Geológico: Complexo Vulcânico Médio – Unidade da Penha d´Águia (CVM2β), caracterizado segundo Brum da Silveira, et al (2010) por, derrames lávicos subaéreos de composição máfica (basanitos e basaltos), com intercalações ocasionais de tufos basálticos (escórias, lapilli e cinzas basálticas) e produtos de atividade freato-magmática.

 

Objetivos:

- Conhecer a flora e a fauna da ilha da Madeira.

- Compreender a importância da floresta Laurissilva;

- Conhecer as principais espécies endémicas da Laurissilva do Til.

- Reconhecer a importância das levadas na ilha da Madeira.

- Conhecer o Centro Aquícola com viveiro das trutas do Ribeiro Frio.

 

Descrição:

Este geossítio integra-se no Complexo Vulcânico Médio –correspondente à fase subaérea de formação da ilha (fig. 2) e apresenta um enorme valor no que respeita à flora da Madeira, uma vez que possui uma mancha muito bem preservada da Laurissilva do Til (fig. 3).

Fig. 2 - Vista panorâmica de São Roque do Faial.

Fig. 3 - Laurissilva do Til.

Durante o Terciário (65M.a. – 2M.a.), nomeadamente entre o período Miocénio e Pliocénio, a floresta Laurissilva ocupava grandes extensões do sul da Europa e norte de África. No entanto, as disrupções ambientais registadas durante o Quaternário, sob a forma de violentas crises geológicas e climáticas, provocaram efeitos devastadores na vegetação europeia em geral e nesta floresta em particular. Atualmente é na ilha da Madeira que existe a maior área de Laurissilva do Mundo, ocupando cerca de 15000 hectares. No concelho de Santana esta floresta ocupa cerca de 30 Km2, isto é o equivalente a 1/3 da sua área total (Pinto, E. & Teixeira, D., 2008).

 

Para conhecer as espécies endémicas que integram a comunidade arbórea, herbácea e arbustiva da Laurissilva do Til (fig. 4), pode fazer um percurso pedestre devidamente assinalado junto ao Núcleo de Educação Ambiental do Ribeiro Frio (fig. 5).

Fig. 4 - Til.

Fig. 5 - Inicio do percurso na Laurissilva do Til.

Neste percurso, poderá observar a comunidade arbórea climácica dominada por representantes da família Lauraceae como o Til (Ocotea foetens), o Loureiro (Laurus novocanariensis) e o Vinhático (Persea indica), bem como representantes da família Clethraceae, como é o caso do Folhado (Clethra arbórea). Árvores endémicas tais como: o Aderno (Heberdenia excelsa), o Perado (Ilex perado), o Pau-branco (Picconia excelsa), a Ginjeira-brava (Prunus lusitanica), o Mocano (Pittosporum coriaceum) e a Tintureira (Frangula azorica). No estrato arbustivo, destacam-se a Urze-das-vassouras (Erica platycodon), a Uveira (Vaccinium padifolium), o Isoplexis sceptrum e a língua de vaca (Sonchus fruticosus). No estrato herbáceo dominam a Erva-redonda (Sibthorpia peregrina) e a Palha-carga (Festuca donax) (Pinto, E. & Teixeira, D. 2008). Todas estas espécies estão devidamente identificadas ao longo do percurso.

A Laurissilva madeirense possui um papel fundamental no equilíbrio hídrico da ilha, sendo a principal responsável pela captação da água dos nevoeiros e das precipitações. Por outro lado, enquanto que, o denso coberto vegetal impede a erosão dos solos, a grande quantidade de manta morta existente promove a infiltração lenta da água, permitindo a formação de lençóis freáticos (Jardim, R. & Fontinha, S., 2000). É ainda nesta floresta, também conhecida como “produtora de água”, que têm origem a maioria dos cursos de água existentes na ilha da Madeira. Estes pequenos canais de água, designados de levadas começaram a ser construídos desde o século XVI com o objetivo de levar a água aos terrenos agrícolas, segundo Raimundo Quintal, “as levadas são as mais ricas peças do património cultural da Ilha da Madeira e a expressão viva de como foi possível a intervenção humana sem criar ruturas significativas no funcionamento dos ecossistemas”.

 

Neste geossítio, pode conhecer a levada dos Balcões (topónimo que significa miradouro) ao longo da qual se podem observar diversas aves endémicas, tais como o pombo trocaz (Columba trocaz), o tentilhão (Fringilla coelebs madeirensis) e o bis-bis (Regulus madeirensis) que é a mais pequena ave madeirense. Enquanto caminha por este levada, repare também na vegetação envolvente, existindo grande quantidade de líquenes (associação de algas e fungos/cianobactéria) bioindicadores da qualidade do ar, nos ramos e troncos das árvores e arbustos.

 

No regresso vale a pena visitar o Centro Aquícola com o viveiro de trutas Arco-Íris (Oncorhynchus mykiss walbaum), cujo principal objetivo é a produção de trutas para o repovoamento das linhas de água da Ilha da Madeira.

 ROTEIRO    GEOturístico

 

no concelho de Santana

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