Achada do Teixeira
Geossítio: Santana – Achada do Teixeira
Área da freguesia: 17,8 Km
Localização: Latitude: 32.764975
Longitude: -16.920898
Duração: 30 min
Toponímia: Santana (topónimo que reflete a cultura religiosa) - O seu nome deve-se à sua patrona, Santa Ana, em honra da qual foi edificada uma igreja em 1689.
Achada do Teixeira topónimo que reflete a geomorfologia (achada - região plana) e famílias que se instalaram neste concelho (Teixeira)
Fig. 1 - Geossítio 3 - Achada do Teixeira. Adaptado de Carta geológica da ilha da Madeira (Folha B) na escala 1:50000 (Brum da Silveira et al., 2010).
Estatuto Legal: Maciço Montanhoso Central – integra o Parque Natural da Madeira e Área Classificada de ZEC e ZPE apenas a zona ocidental (Rede Natura 2000).
Enquadramento Geológico: Complexo Vulcânico Superior – Unidade dos Lombos (CVS1β), caracterizado segundo Brum da Silveira, et al (2010) por, derrames lávicos subaéreos de composição máfica (basaltos e basanitos), com intercalações de tufitos, piroclastos de queda (escórias, lapilli e cinzas basálticas) e ocasionais produtos máficos de atividade freato-magmática.
Objetivos:
- Observar a geomorfologia regional.
- Relacionar a resiliência diferencial das várias litologias com a geomorfologia local.
Descrição:
Neste geossítio, pode observar a geomorfologia da região, onde se destacam a Penha d´Águia, os vales encaixados, pela ação erosiva dos cursos de água; as escoadas lávicas pertencentes aos complexos vulcânicos, intermédio e superior, provenientes do Maciço Central e do Paul da Serra que originaram os lombos, onde ao longo dos tempos se instalaram as populações, nomeadamente do Faial e S. Roque do Faial.
Em frente à casa de abrigo da Achada do Teixeira, avance por entre a vegetação e repare numa estrutura geológica vertical, vulgarmente designada por ”Homem em Pé”, topónimo atribuído à sua semelhança com a figura que designa. Geologicamente esta estrutura corresponde a um filão basáltico, de espessura métrica, que permanece in situ, “descarnado” do seu encaixante (material piroclástico), atendendo à sua maior resistência à erosão. Surpreende pela altura que conserva e pela extensão de afloramento (umas dezenas de metros) (fig. 1).
Fig. 1.: "Homem-em-pé". Retirado de www.trailrunning.camadeira.com.
Caminhando da Achada do Teixeira em direção ao Pico Ruivo, observe o Maciço Montanhoso Central, constituído por intercalações de escoadas lávicas, e depósitos piroclásticos (tufos de escórias e lapilli, observando-se sequências quase exclusivamente constituídas por cones de escórias) (fig. 3), num conjunto atravessado por uma intensa rede de filões basálticos. Estes filões, que assumem direções e inclinações variáveis, intersetam-se mutuamente, proporcionando grande resistência ao complexo vulcânico mais antigo desta região e contrariando os agentes erosivos. Devido à heterogeneidade de material, torna-se bem evidente a erosão diferencial, o que explica a topografia extremamente recortada, típica desta paisagem, onde sobressaem diques filoneanos (fig. 2).
Fig. 2 - Dique Basáltico.
Fig. 3 - Intercalações de escoadas lávicas e material piroclástico.
Pode regressar a este geossítio à noite, pois a Achada do Teixeira é considerada um dos melhores locais do mundo para a observação astronómica (http://vimeo.com/44372899?action=share). Nos anos 70 do século XX uma equipa inglesa liderada por McInnes levou a cabo estudos nas ilhas da Madeira, Canárias e Hawai. O trabalho publicado em 1981 revela que os céus de Santana estão entre os melhores do mundo para a Astronomia na banda do visível, uma vez que: existe um elevado número de noites limpas durante o ano, pouca turbulência atmosférica (perto do mar), poluição luminosa reduzida e humidade baixa.
ROTEIRO GEOturístico